Perto de completar um ano de permanência no Hospital Municipal de Contagem (HMC) José Lucas Filho, Maria de Fátima Pereira Lima, de 63 anos, deixou a unidade na segunda-feira (4). Além de passar meses em tratamento clínico e atividades de reabilitação, a questão social provocou o prolongamento de sua estadia. Mas, graças à dedicação da equipe multidisciplinar, a saúde e o lar da contagense do bairro Funcionários foram retomados.
Maria de Fátima chegou ao HMC no dia 8 de abril de 2018, sentindo dores abdominais e bem desidratada. O diagnóstico inicial tratou de focos infecciosos. Devido à idade e ao sistema imunológico debilitado, a paciente passou por complicações no tratamento, ficou alguns dias no CTI e retornou para a enfermaria da Clínica Médica, local em que passou todo o tempo. Período suficiente para a senhora questionar, no dia da alta, se a cama iria junto com ela para casa, conforme relatou a equipe da enfermaria, contente com o retorno da paciente para casa.
Segundo a coordenadora da Clínica Médica e Cirúrgica do Hospital, Claretice Fabiane G. Sousa, todos os profissionais ficaram bem próximos da paciente devido ao tempo de sua estadia. Porém, ela explica que o longo período de internação é um fator de risco para o idoso podendo ocasionar novas infecções hospitalares. Além disso, a extensa ocupação do leito impacta na possibilidade de atendimento a outras pessoas.
Foram 11 meses residindo no Hospital Municipal de Contagem. Profissionais de várias especialidades se esforçaram para Maria de Fátima recuperar a saúde e durante a corrida do leito identificaram dificuldades familiares e sociais. Paralelamente ao tratamento clínico, a equipe de serviço social entrou em ação para auxiliar paciente e família no que fosse possível para que, diante da alta hospitalar, a senhora pudesse retomar a vida. Foram necessárias assistências sociais da rede municipal para custear passagens para as visitas e adequar a residência da Maria de Fátima. Também ocorreram encontros e contato constante com os familiares.
No longo período de internação, a contagense foi reabilitada da cirurgia de gastrostomia, procedimentos cirúrgicos para a fixação de uma sonda alimentar e de uma traqueostomia, que é uma abertura na traqueia e colocação de uma cânula para a passagem de ar. Com a alta, a equipe multiprofissional ficou orgulhosa do trabalho. Nos últimos dias no HMC, a senhora precisava de apoio para alimentar-se e cuidados com a higiene pessoal.
O filho Luciano Pereira Lima, de 41 anos, está agradecido com todo o apoio do Hospital e diz que a mãe está feliz e mais atenta depois que voltou para casa. “Sempre que podia visitava minha mãe lá e nunca faltou enfermeira, fisioterapeuta ou outro profissional perto dela”, contou.
Para Luíza Maria Miguel Souza B. Duarte, profissional de Serviço Social do Hospital, o trabalho da instituição foi cumprido, as assistências clínica e social trabalharam juntas para que o quadro de saúde de Maria de Fátima melhorasse e ela tivesse o amparo social devido.