O trabalho dos estudantes da Escola Municipal Newton Amaral Franco, do bairro Petrolândia, de Contagem, foi parar na tela do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes. Cerca de 700 alunos, do 1º ao 5º ano, participam de um projeto de cinema desenvolvido pela bibliotecária da escola, Sheila Rodrigues.
Eles foram responsáveis por criar o roteiro, gravar e finalizar os filmes. “O projeto surgiu baseado na lei Lei nº 13.006, que determina que escolas de educação básica destinem duas horas mensais para a exibição de filmes nacionais. Daí pensei: Por que assistir aos filmes dos outros se a gente pode fazer os nossos?”, disse Sheila.
Durante dois anos, nos horários destinados às atividades de biblioteca, os estudantes participaram de palestras e oficinas literárias e de cinema. Nos últimos meses, os alunos começaram a produzir animações e curtas-metragens. Os alunos construíram cenários e fizeram desenhos que deram vida às animações. Na sequência, utilizaram técnicas de stop motion (forma de animação que registra a imagem quadro a quadro) para captar as cenas.
Ao todo foram produzidos dois curtas e sete animações. Os roteiros falaram temas que são debatidos na escola, como preconceito, racismo, meio ambiente, amizade, sonhos. Bruna Gabriele, de 10 anos, ajudou a animar o curta “Menino do Morro” e ficou encantada com o resultado do trabalho. “Eu fui responsável por tirar as fotos e é bastante demorado, porque eu preciso esperar o animador mexer no personagem para eu fazer o registro”, explicou.
Os curtas ficaram em cartaz no Cine Humberto Mauro durante uma semana. A escola Newton Amaral Franco organizou diversas caravanas para que os estudantes pudessem assistir às sessões. O Alexandre Augusto, de 10 anos, ficou tão feliz com o resultado do trabalho que quis assistir outra vez. “Cada vez que eu vejo o filme eu lembro do nosso trabalho. É difícil gravar, demora muito, mas muito divertido”, comemorou.
O projeto foi avaliado por educadores da escola. Segundo eles, o contato com as produções audiovisuais foi importantíssimo para o desenvolvimento dos estudantes em sala de aula. As técnicas aprimoram o aprendizado nas áreas de humanas e exatas. “O projeto trabalha o aluno como um todo. Ele é induzido a escrever e reescrever um roteiro, elaborar melhor as ideias, precisa ler bastante para decorar um texto, contar a quantidade de quadros para a produção de cenas. Enfim, o projeto trabalha português, matemática, literatura e outras várias disciplinas”, destacou a diretora da escola, Paula Zumpano.
Clique e assista aos curtas e às animações.