Representantes da Prefeitura de Contagem e da Associação Comercial da Ceasa Minas (ACCeasa) se reuniram, nesta segunda-feira (22/4), para discutir a situação e soluções para a coleta e destinação final adequada de resíduos sólidos da Ceasa Minas, bem como a utilização do aterro sanitário de Contagem, onde os resíduos eram depositados até o dia 1º de abril deste ano.
A prefeita Marília Campos participou do encontro e ressaltou que o entreposto destinava, uma quantidade alta de resíduos orgânicos diariamente ao aterro municipal, o que estava reduzindo a vida útil do local. Ela destacou a importância da elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) da Central de Abastecimento, que deve incluir a instalação de uma usina de compostagem no local. Essa medida visa cumprir a legislação vigente sobre o manejo de resíduos.
"Nosso aterro tem uma vida útil definida e um prazo para sua utilização. Receber, hoje, 40 toneladas de resíduos orgânicos provenientes das 580 empresas da Ceasa, antecipa a sua capacidade máxima. Portanto, não podemos permitir isso, pois a cidade não se resume à Ceasa; ela engloba também a população de Contagem. Por isso, nesse sentido exigimos que o plano seja feito e adotadas medidas que garantam o tratamento adequado dessa grande quantidade de resíduos", explicou.
Em dezembro de 2023, a Prefeitura de Contagem notificou, pela primeira vez, a Ceasa Minas sobre a suspensão do recebimento de resíduos sólidos gerados por ela no aterro sanitário municipal pelo prazo de 90 dias, que finalizou em 1º de abril de 2024. A administração municipal não obteve retorno, tampouco recebeu o PGRS para a manutenção do cadastro e renovação do contrato para disposição de resíduos no aterro sanitário localizado no Perobas, suspendendo definitivamente o recebimento.
"Estamos comprometidos em encontrar soluções
sustentáveis e eficientes para essas questões, e
a ACCeasa está desempenhando um papel
fundamental nesse processo".
Prefeita Marília Campos
O presidente da ACCeasa, Noé Xavier da Silva, informou durante o encontro que a situação foi resolvida, com a contratação de uma nova empresa, para a coleta interna dos resíduos na Ceasa, e de um novo aterro sanitário em Santa Luzia, onde os resíduos estão sendo depositados de forma emergencial e temporária. Segundo ele, uma licitação será realizada para que um novo aterro seja escolhido como destino dos resíduos da central. Noé também informou que está em diálogo com catadores de materiais recicláveis, Zoológico Municipal de Belo Horizonte e Banco de Alimentos para discutirem diferentes formas de aproveitarem os resíduos produzidos na Ceasa.
“Desde o início, nós da associação, em conjunto com a direção da Ceasa Minas, estamos nos esforçando para resolver o problema, visto que o aterro em Contagem não suporta mais o volume de resíduos. Conseguimos contratar uma empresa que está trabalhando na elaboração do plano de gestão de resíduos sólidos, e que está seguindo o cronograma. E tenho certeza que a situação da Ceasa foi regularizada com a contratação de um aterro em Santa Luzia”, disse Nóe.
A Prefeitura, por outro lado, acordou com a associação a possibilidade de receber, no aterro municipal, resíduos sólidos da Ceasa de modo eventual e em situações extraordinárias, para evitar que ocorram descartes irregulares em diversos pontos da cidade.
Ainda no encontro, o presidente da ACCeasa solicitou que a Prefeitura de Contagem intensifique a fiscalização no entorno do Ceasa Minas, para diminuir o descarte irregular de resíduos sólidos e punir os responsáveis de acordo com a legislação. Outras demandas também foram encaminhadas e serão analisadas pelas secretarias correspondentes.
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