Os desafios para a promoção da Cultura em Contagem e Juiz de Fora durante a pandemia foram debatidos, na quinta-feira (17/6), durante seminário que aconteceu de forma remota. Participaram das palestras a secretária de Cultura de Contagem, Monique Pacheco, a diretora-geral da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) de Juiz de Fora, Giane Elisa Sales, o mediador Eduardo Crochet e convidados. O tema abordado foi “Alianças democráticas da Cultura: gestão popular de políticas públicas”, que permitiu não apenas a explanação sobre como fazer a diferença de forma municipal em meio à pandemia, mas também a participação dos presentes, que tiveram a chance de falar ou de enviar perguntas por meio do chat.
Monique Pacheco salientou que é importante que cidades se preocupem com a história local, seja com a música, religião, monumentos, movimentos, grupos, instalações, ruas, praças e pessoas. “Temos que nos posicionar sempre em prol daquilo que a cidade representa. Cultura é algo muito amplo, reúne passado, presente e o futuro. Engloba áreas diversas, pessoas! Quando pensamos em Cultura, temos que dialogar, ir até onde estão as pessoas, entender o dia a dia e as necessidades, além de provocar uma conscientização de preservação daquilo que Contagem tem. É uma luta para evitar o fim de tradições, para enfatizar a importância das pessoas, das crenças e dos costumes”, destaca.
Ela lembrou ainda que o trabalho não pode ser o belo, para poucas pessoas. “Hoje, me sinto honrada em ser secretária de Cultura, um desafio grande em meio à pandemia, de um cenário complicado, mas que vamos superar. Nesses seis meses temos buscado resgatar essa história da cidade, que é muito rica, recuperando equipamentos e patrimônios históricos, pensando além da política, pensando na transformação da cidade e em proteger o que temos de mais valioso”, completa.
Na mesma linha, a diretora-geral da Funalfa, Giane Sales, destacou que em Juiz de Fora a preocupação é de deixar um legado. “Contagem e Juiz de Fora têm muitas coincidências. Não apenas por serem governadas por prefeitas, mas pelas histórias importantes delas. Assim como em Contagem, Juiz de Fora também busca deixar um legado, reviver a alma da cidade, valorizando os agentes produtores de cultura e também de sua população. É uma troca de experiências que se faz necessária em toda a parte do país, que passa por um momento ruim, mas que será passageiro. E o trabalho precisa ser diferenciado para permanecer fisicamente e na mente das pessoas”.
Desafios
Para Monique Pacheco e Giane Sales, o desafio maior para uma Secretaria de Cultura passa pela proximidade com a população. “Não podemos criar atos ou campanhas a partir de bolhas. Para isso, dialogar é preciso. Se por um momento não podemos estar tão presentes quanto queríamos, por outro, temos tecnologias que permitem que a aproximação aconteça de alguma forma. Políticas públicas se fazem com processos transversais, lutas por direitos, conscientização e participação popular”, diz Monique. “É o que chamo de tecnologias leves, que nos permitem aproximar das pessoas, que também são fazedores de cultura. Nossa preocupação é em ser diferente, é de ser um marco, ser lembrada por algo que seja relevante. Junto às pessoas, conversando, perto ou por meio de algum meio virtual. Acreditamos que podemos vencer diversos desafios, colocando a cidade para estar sempre caminhando adiante”, completa Giane Sales.